A vitamina K é bem conhecida por seu papel na coagulação do sangue, mas muitos talvez não saibam que está associada à saúde dos ossos e do coração. Embora a maioria das pessoas possa satisfazer suas necessidades através da alimentação, certas subpopulações podem beneficiar-se de uma suplementação. Por causa de suas muitas propriedades ignoradas, a vitamina K é frequentemente referida como a “vitamina esquecida”. Aqui estão quatro fatos que vão ajudar você a ter a vitamina K bem em mente.
Fato nr. 1: Há mais de uma forma.
O termo “vitamina K” é utilizado não apenas para descrever um nutriente, mas uma família de compostos, todos possuindo estruturas semelhantes, mas proporcionando diferentes benefícios ao corpo.
A vitamina K1, ou filoquinona, é encontrada em plantas como as verduras folhosas verdes, brócolis e couves-de-bruxelas. Ela é a principal forma alimentar da vitamina K na maioria das dietas (1) e seu papel primário é apoiar a coagulação sanguínea.
A vitamina K2, ou menaquinona, pode ser produzida por bactérias intestinais, mas também é encontrada em certos alimentos fermentados, como o natto, um tipo fermentado de grãos de soja. Por terem muito pouca vitamina K ano nascer, administra-se frequentemente esta vitamina a recém-nascidos para reduzir o risco de sangramentos perigosos. (2) A vitamina K2 é a foma mais implicada na manutenção da saúde dos ossos e do coração. (3)
A vitamina K3, ou menadiona, é uma forma sintética feita pelo homem, que deve ser evitada, de acordo com pesquisas que sugerem que ela pode interferir nos antioxidantes naturais do corpo, resultando em danos oxidantes às membranas das células. (4)
Fato nr. 2: a vitamina K não ajuda apenas na coagulação do sangue
A vitamina K é vital para a coagulação do sangue ao ativar a proteína responsável pela formação de coágulos, impedindo que sangremos sem parar quando nos cortamos. No entanto, além da coagulação sanguínea, pressupõe-se que a vitamina K desempenhe um papel importante no metabolismo dos ossos e no apoio à saúde do coração. (5)
Os ossos são dinâmicos e estão continuamente passando por um processo que alterna formação e reabsorção. A vitamina K2 é necessária para a ativação de uma proteína chamada osteocalcina, que conduz o cálcio aos ossos e dentes – um passo vital na formação óssea. (6) Diversos estudos confirmaram ligações entre níveis baixos de vitamina K2 e osteoporose. (6) A osteoporose é uma doença caracterizada por ossos porosos e frágeis, afetando principalmente as mulheres. Pessoas com risco maior de contrair osteoporose podem beneficiar-se de uma suplementação.
Além disso, a vitamina K2 está relacionada à saúde do coração através da prevenção do endurecimento das artérias, ao manter o cálcio fora dos revestimentos arteriais e tecidos do corpo. (3) Este mecanismo envolve a vitamina K2, que ativa uma proteína chamada MGP, que remove os depósitos de cálcio das artérias. (3) A acumulação de cálcio nas artérias pode ser danosa em grandes quantidades e é um fator comum associado à doença arterial coronariana e à insuficiência cardíaca. (8)
Fato nr. 3: a vitamina K é melhor absorvida com gorduras saudáveis.
A vitamina K é uma das quatro vitaminas lipossolúveis, o que é considerável, pois é necessário gordura alimentar para a sua absorção. Ingerir ao mesmo tempo verduras ricas em vitamina K e gordura pode melhorar sua absorção. (7) Entre as fontes de vitamina K1 estão as verduras folhosas verdes, como a couve e o espinafre. Laticícios fermentados, iogurte e queijos fornecem vitamina K2. Enquanto consumidores, deveríamos buscar fontes saudáveis de gordura para acompanhá-la, por exemplo, óleos vegetais como o de oliva ou abacate.
Diferentemente de outras vitaminas lipossolúvies, a vitamina K circula no sangue em quantidades muito pequenas antes de ser rapidamente metabolizada e excretada. (7) A ingestão periódica de vitamina K é crucial para manter seus níveis adequados, pois o corpo recicla-a rapidamente. (7)
Fato nr. 4: a maioria das pessoas obtêm vitamina K suficientemente.
A deficiência de vitamina K é rara, principalmente pelo fato de que é amplamente encontrada em alimentos e pode ser sintetizada por bactérias nos intestinos. (7) Estudos demonstram que a maioria das dietas contém quantidades adequadas de vitamina K, e que deficiências são raramente relatadas. (7)
Alguns sinais clássicos de deficiência incluem sangramento e hemorragia, embora sejam muito raras. Ainda, considerando o papel da vitamina K na mineralização dos ossos, a osteoporose ou a osteopenia podem ser um sinal de deficiência ou insuficiência. (7)
Outras pessoas que se podem beneficiar de uma suplementação são aquelas com doenças intestinais, tais como a síndrome do cólon irritável ou a doença de Crohn. Doenças com comprometimento do trato gastrointestinal podem prejudicar a habilidade de absorção e produção da vitamina K em quantidades suficientes. (7) Além disso, o uso prolongado de antibióticos pode matar não apenas as bactérias nocivas no trato gastrointestinal, mas também as benéficas, podendo assim afetar os níveis de vitamina K. (8)